Projetos de pesquisa
2023-207
O CAMINHO PARA O CONHECIMENTO COMO QUESTÃO RADICAL DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES – A PRÁTICA PARA ALÉM DA EXPERIÊNCIA
Entre as muitas frentes assumidas pelo movimento dos educadores em defesa da formação de professores, uma refere-se à consistente base teórica acerca das condições de possibilidade do conhecimento enquanto um fundamento filosófico e ser dominado na formação inicial. A análise das resoluções que orientam a formação de professores evidencia, entretanto, a ênfase na formação para e pela prática, apontando para a redução da possibilidade do conhecimento à experiência imediata, subjetiva da relação sujeito/objeto. Move-se nesta ênfase o retorno ao empirismo, cuja tese fundamental é a exigência (e a limitação da possibilidade do conhecimento da realidade) de uma subjetividade que a constate, deslocando-se para um posicionamento em direção a uma realidade que só existe se for constatada pelo sujeito que conhece. No centro deste caminho para a formação para o conhecimento, retoma-se a ilusão da suficiência do contato imediato com a realidade para que se chegue à sua cognoscibilidade. Esta limitação epistemológica evidente nos documentos que dão a direção da formação dos professores aponta para uma complexa política de formação de professores marcada por disputas intensas, por diversidade de níveis de formação e de agentes formadores, mas, especialmente caracterizada pelo que a literatura especializada vem chamando de “desqualificação” e “desintelectualização” da formação dos professores no Brasil. Em que pese o alerta de Helena Lopes de Freitas de que a política de formação de professores no Brasil não é um problema de base teórica ou de pesquisa das condições em que ela se realiza, insistimos em conferir mais uma vez os fundamentos da formação de professores, retomando o tema da prática a partir dos fundamentos do materialismo dialético estudado nas obras de Karl Marx, Friedrich Engels e José Barata-Moura. A questão fundamental de nossas investigações refere-se à precisão daquilo que o chamado para a prática demanda quando temos em vista uma formação de professores em perspectiva materialista e dialética, que se remete sempre à dimensão de um conhecimento para a transformação material das realidades, que se remete, no materialismo dialético de Marx, Engels e Barata-Moura, às figuras da prática, da política e do experimento. Para isto, temos (i) realizado um processo de apropriação do problema do conhecimento na forma como está desenvolvido nas obras de Karl Marx, Friedrich Engels e José Barata-Moura; à luz desta concepção, (ii) temos trabalhado para um balanço profundo do debate sobre os fundamentos e as políticas de formação e trabalho dos professores no Brasil; e (iii) temos formulado proposições para a abordagem do problema da prática no currículo de formação de professores.
Palavras-Chave: Formação de Professores; Prática; Transformação Material; Trabalho; Política; Experimento.
Situação: Iniciado. Em andamento.
Alunos envolvidos: Graduação: (1) / Especialização: (0) / Mestrado acadêmico: (0) / Mestrado profissional: (0) / Doutorado: (1) .
Integrantes: Elza Margarida de Mendonça Peixoto - Coordenador
Financiador(es):
Número de produções C, T & A: