IMPEDIR QUE A APUB AVANCE NO GOLPE DE DESMONTE DO SINDICATO NACIONAL QUE ATÉ AQUI VEM DISPUTANDO O PROJETO DE UNIVERSIDADE PÚBLICA

Prezados colegas,

A organização sindical docente passou por duros golpes nos últimos anos, que fragilizaram nossa capacidade de promover a sindicalização e nossa capacidade organizativa e de luta.

O quadro conjuntural é complexo, e inclui:

(i)                          aprofundamento da crise do capitalismo, com uma reordenamento produtivo e a disputa mais contundente do fundo público a serviço do grande capital;

(ii)                       ascenso do projeto democrático e popular alinhado ao neoliberalismo, nos moldes de uma esquerda para o capital que não conseguimos reverter;

(iii)                    intensificação das disputas internas ao sindicato, acentuando-se ao identitarismo e desmobilizando-se a perspectiva sindical classista; contexto no qual;

(iv)                     perdas salarias e na carreira efetivas que levaram a um descrédito na organização sindical;

(v)                        a renovação dos professores que entram na Universidade expressa a perspectiva de uma formação continuada entre graduação e doutorado que não foi acompanhada da militância no movimento estudantil em defesa da educação pública, de forma que as lutas sindicais não são reconhecidas como origem efetiva das conquistas no projeto mínimo de Universidade pública que temos mantido;

(vi)                     associado a um duríssimo processo de disputas no interior do movimento sindical que, destruindo o ANDES SN como instância de luta sem o qual não teríamos a Universidade que temos hoje, avança para um modelo sindical desmobilizador e golpista.

O movimento docente da UFBA vive esta crise em três grandes momentos:

(I)                          quando o governo democrático e popular dá continuidade as políticas neoliberais avançando na reforma da previdência, frente à inercia e apassivamento da CUT, a decisão da desfiliação do ANDES SN da CUT;

(II)                        No acirramento da luta de classes, e ante a firmeza de um campo que resistia as políticas neoliberais do Governo Lula, a fundação pela CUT da PROIFES federação, por meio de procurações;

(III)                    Dividido o sindicalismo docente em um bloco de resistência às políticas neoliberais e um bloco de poio a esta política com contenção dos trabalhadores, na UFBA, o golpe da desfiliação da APUB da PROIFES por procuração;

(IV)                   E, neste momento, o esforço da PROIFES de desmontar o ANDES SN, produzindo artificialmente e por Estados, um Sindicato Estadual de Instituições Federais, visando o impedimento da atuação Federal do ANDES.

O movimento que a APUB está realizando na Bahia certamente vai estar marcado pelo esforço de impedir participação em massa na assembleia e por garantir a fundação deste sindicato de abrangência estadual por procurações.

Se reconhecermos que nossos patrões não estão nos Estados, se reconhecermos que em nada nos fortaleceremos dividindo o sindicato nacional, torna-se essencial que todos nós estejamos nesta assembleia de amanhã para impedir que a APUB avance no golpe de desmonte do sindicalismo nacional que até aqui vem disputando o projeto de Universidade Pública, que com todas as dificuldades, ainda temos.

Salvador, 21 de maio de 2025