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Blog Crítica Prática

Maio com Marx!

Elza Peixoto


Nas comemorações pelos 203 anos de Marx, comecemos por uma breve e sintética homenagem de seu amigo e parceiro de trabalho por quase 40 anos, Engels:


[...] A ciência era para Marx uma força historicamente motora, uma força revolucionária. [...] [...] era, antes do mais, revolucionário. Cooperar, desta ou daquela maneira, no derrubamento da sociedade capitalista e das instituições de Estado por ela criadas, cooperar na libertação do proletariado moderno, a quem ele, pela primeira vez, tinha dado a consciência da sua própria situação e das suas necessidades, a consciência das condições da sua emancipação — esta era a sua real vocação de vida. A luta era o seu elemento. E lutou com uma paixão, uma tenacidade, um êxito, como poucos. [...] O seu nome continuará a viver pelos séculos, e a sua obra também! Marx vive!! Viva Marx!!

Encerramos neste momento a semana Maio com Marx, mas não encerramos os esforços de estudos, investigações, aprofundamentos desta obra que nos inspira a apanhar as múltiplas determinações da realidade em que vivemos!!

Neste Maio com Marx o M.T.E. integrou ensino, pesquisa e extensão, relacionando contribuições à disciplina Educação, Sociedade e Práxis, a partir das investigações empreendidas por grupos de Pesquisa (o M.T.E. FACED UFBA, o TEPE UTP, o AVANTE UNB, NEPEM - ESS – UFRJ, Canal não é Heresia - UFS).

Abrimos com o Debate Marxismo, Ideologia e crítica da Pós-Modernidade com Mauro Iasi que recuperou a crítica de Marx que permite ver bem os nexos entre produção da existência e produção da consciência, de forma a que reconheçamos nas teorias da “pos-modernidade” o perfil de construções ideológicas que visam ocultar aquilo que é o real.

Na segunda mesa, um conjunto de jovens pesquisadores nos trouxeram suas conclusões acerca da abordagem da problemática do esporte à luz da Crítica da economia política, quando, mais uma vez, vemos em movimento o estudos dos nexos do processo de produção do esporte como mercadoria, como meio de extração de mais valia, e como mais um dos territórios a que estende-se a financeirização neste desespero dos capitalistas de manterem a expansão das taxas de lucro. Uma agenda de trabalho precisa ser estruturada para garantir a continuidade dos estudos do M.T.E. a ser coordenado pelas mãos de Elson Moura e Bárbara Pupio.

Por fim, as duas últimas mesas refletem o esforço e o interesse do M.T.E de avançar no estudo das políticas de Trabalho e Educação. Trazem exemplos de processos de investigação de recorrem à concepção materialista e dialética da história para perguntar pelas múltiplas determinações da política educacional e que chegam a importantíssimas conclusões acerca da correlação de forças que determinou a direção das políticas de formação profissional subordinada aos interesses de segmentos do capital. Nos dois casos, os professores Izaias e Itamar contaram com a preciosa contribuição na orientação da Professora Maria de Fátima Rodrigues Pereira. Aqui também, a cargo de Itamar, de Edson, de Vania, de Francisco, de Patrícia, de Karen, de Jaqueline, temos o desavio de (por dentro de Dissertações e Teses) explicitar à raiz a posição radical que temos que assumir para disputar a direção da política educacional a serviço dos trabalhadores. Meta do M.T.E.

Encerramos a agenda das comemorações recuperando a exigente relação que Marx estabelecia com suas investigações. Não lhe interessava divulgar rascunhos! Interessava divulgar conclusões de síntese produzidas à custa de muita investigação.

Vivemos um tempo em que o produto da pesquisa é mais enfatizado que a revelação de conjunto da realidade, que demanda tempo e muita procura. E é nesta forma que nossos pesquisadores são obrigados a encerrar suas incursões sobre os objetos que temos explorado, mergulhado, buscado as múltiplas determinações, o movimento contraditório e as tendências... Nossas investigações prosseguem... O M.T.E. prossegue...

Por fim, o M.T.E. se move, com o Maio com Marx, nas aulas, na extensão, nas contradições de uma crise econômica estrutural e uma crise de saúde pública gerida de forma genocida pelo Governo Bolsonaro/Militares/Milícias/Ultraliberalismo de Paulo Guedes na qual avança uma grave crise da educação reestruturada conforme os interesses do empresariado da educação e do capital financeiro financeirizado. Neste processo, reestrutura-se de profunda e violentamente o trabalho e a formação dos professores. Fomos jogados para a EaD e o trabalho remoto, e mais que nunca as contradições e a desigualdade que marcam a formação social brasileira evidenciam as possibilidades abertas pelas novas tecnologias e a profunda exclusão que neste movimento – gerida nos limites da apropriação privada das forças produtivas e de gestão ultraliberal destes recursos - elas promovem.

O trabalho remoto nestes dois anos nos mostrou como promover o encontro virtual em um território continental; como nos encontrar de forma segura quando um vírus mortal negado pelo Executivo, o Legislativo, o Judiciário e as forças armadas, propaga-se e aprimora-se. Queremos estar juntos e defendemos a educação universal com pessoal qualificado para cumprir esta tarefa em uma estrutura física presencial segura para a população que dela necessita, mas reconhecemos que o desenvolvimento das forças produtivas nos oferecem alternativas. Contraditoriamente, esta conjuntura que já matou no Brasil quase meio milhão de pessoas, nos empurraram para o Stream Yard, o YouTube, o RNP, o Meet, o Google – os interesses privados comemoram. O M.T.E. está atento a este movimento, ciente da necessidade de propagar a tese defendida pelos trabalhadores do século XIX a que se uniram e colocavam a serviço Marx e Engels: trabalhadores de todo o mundo, uni-vos!! Tomar as forças produtivas, compartilhar suas benesses a cada um conforme sua necessidade e gerí-las planificadamente conforme os interesses do trabalhadores é a alternativa histórica de superação do ciclo vicioso de exclusão e morte que o capital reserva aos trabalhadores!! Nos resta a Unidade Classista e o Futuro Comunista, e o M.T.E. alinha-se a este projeto dando de cada um de nós conforme nossas possibilidades.

Obrigada a todos que construírem este Maio com Marx que encerramos neste momento!



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